quarta-feira, 10 de março de 2021

AS PREVISÕES EM ECONOMIA

   A dificuldade de fazer previsões em Economia

    Já todos nós nos apercebemos da dificuldade de fazer previsões em Economia. Os meteorologistas também às vezes erram na previsão e, se chove e a previsão era um dia de sol, o mais provável é termos deixado o guarda-chuva em casa.

    A previsão económica está ligada a uma disciplina do conhecimento económico designada por Econometria, que, através de diversos modelos matemáticos vão acompanhando a evolução das variáveis económicas como consumo, poupança, investimento e tantas outras.

    A previsão começa sempre pela sistematização dos pressupostos, ou seja, o ponto de partida e aquilo que fundamenta a evolução durante o período de previsão. A estas previsões são definidas margens de variação, que se baseiam nas possibilidades de erro do modelo. Apesar de tudo isto, é habitual termos um economista a fazer as suas previsões.


    Os modelos económicos não podem prever tudo.

    Esta é uma primeira dificuldade do modelo: ele não abarca toda a realidade que influencia a evolução da economia, por isso o décimo ano começa os seu estudos falando da interdisciplinaridade entre as ciências sociais como: a história, a sociologia, demografia e tantas outras.

    Depois, há fenómenos que nos escapam e que podem acontecer no período de previsão. Eis um exemplo: pode haver um problema climático que reduza significativamente a oferta de bens agrícolas e isso tem o efeito de poder alterar as previsões de inflação e de produção ,pondo em risco as margens do modelo previamente estabelecido.

    O comportamento dos agentes económicos

    Os agentes económicos respondem às expetativas que formulam sobre o comportamento da Economia. Suponha-se o seguinte caso: uma pessoa com emprego estabilizado, perante uma crise económica, prevê-se que haja precaução ( segundo Keynes), mas o sujeito pode pensar que a crise não é duradora e, por isso,  manter os seu níveis de consumo e de poupança.

    Aqui reside um dos grandes problemas da previsão económica: o comportamento dos agentes económicos. Muito se tem avançado no estudo do comportamento em economia, mas a dificuldade de prever o seu comportamento é uma das razões da dificuldade de fazer previsões económicas.

    A resposta mais consensual é dada por Robert Lucas na teoria da expetativas racionais: "os agentes são racionais nas suas expetativas porque usam toda a informação para tomar as suas decisões". Ora, sabemos que esta é uma situação difícil, apesar de pensar que é das que conheço a melhor, mas não me parece aplicável a todos os agentes económicos ao mesmo tempo.

    E a pandemia?

    Eu não incluo a pandemia neste raciocínio porque se trata de um fenómeno de saúde e não económico, com repercussões estruturais na economia (quando digo estruturais, quero dizer que terão efeitos a longo prazo). Penso que poderá alterar um pouco a forma de funcionamento dos sistemas económicos, ainda assim, muito dependentes daquilo que os decisores económicos vierem a decidir quando a "normalidade" regressar. O vocábulo está entre aspas porque acredito que esta pandemia não nos fará regressar totalmente à vida que tínhamos (esperemos que eu me engane).

    Em jeito de conclusão...

    Sobre previsões económicas, sigam o conselho do saudoso Professor Miguel Beleza, que dizia que os  Economistas deviam fazer sobre o mesmo fenómeno muitas previsões para ,depois, verificar se acertou nalguma delas.





O PAPEL DA MULHER

 

segunda-feira, 8 de março de 2021

A Economia Doméstica no Dia da Mulher

    Quando Aristóteles escreveu sobre o funcionamento da  Economia, ligou-a à economia doméstica, defendendo que a gestão de uma nação se fundamentava nos princípios de gestão de uma casa.

    Na Economia doméstica, a mulher teve historicamente um papel dominante durante séculos e ainda hoje o conserva, pois, apesar da necessária divisão de tarefas, à mulher cabe um papel decisivo.

    Ao entrar no mercado de trabalho, graças à luta pela sua emancipação, as mulheres alteraram a geografia do mundo, com efeitos na natalidade e repercussões importantes na estrutura etária dos países. Reduziu-se a natalidade, invertendo pirâmides demográficas porque, por outro lado, a esperança média de vida aumentou. A mulher adia a ideia de casar para cuidar dos filhos e do marido e passa a adequar esse objetivo ao seu percurso profissional.

    Lamentavelmente, em termos de violência doméstica, a maior parte das vítimas é mulher, o que traduz ainda uma cultura de um povo acerca da forma de tratamento das mulheres, por alguns (muitos) consideradas seres inferiores ao nível do discernimento (leia-se inteligência). Veja-se, por exemplo, a luta hercúlea travada para o reconhecimento do direito ao voto.

    À história devemos o estudo da igualdade de género, visto que  os discursos mais inflamados sobre este assunto, que, muitas vezes, se concretizam em textos legais. Reconheça-se que as mulheres não se conseguiram impor numa sociedade onde a desigualdade de género é uma realidade, que se agravou com a pandemia.

    Fica aqui a minha alusão a esta efeméride importante, que tem também causa  consequências económicas.

    Beijos a todas as mulheres e, permitam-me, em especial à mais importantes das mulheres do mundo: a minha mulher. Obrigado por me acompanhares há vinte anos.


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quarta-feira, 3 de março de 2021

O consumismo e os efeitos no ambiente

     O nosso modo de vida está a ter implicações importantes no ambiente e as alterações climáticas há muito que estão aí. 

  O consumismo indiferenciado é a causa principal daquilo que terão oportunidade de ver. Conseguimos à custa disso um nível de bem-estar que nenhuma outra sociedade experimentou, mas os custos a longo prazo são preocupantes.

      O tempo é aqui a variável fundamental: ou fazemos recuar o relógio e podemos ter um futuro sustentável ou, se o relógio avançar de forma significativa, chegaremos a um ponto em que, por mais esforços que façamos, não é possível reverter a situação catastrófica. 

       As consequências estão aí. O Professor Luciano Mannarino, no seu blogue homónimo,destaca um vídeo e uma personalidade incontornável : o documentário norte-americano de 2006, dirigido por Davis Guggenheim, sobre a campanha do ex-Vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore para educar os cidadãos do mundo acerca do aquecimento global.

    Uma verdade inconveniente







quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

O Estado e o seu Papel na Economia

      Nos dias que correm, esta discussão ganhou uma atualidade maior, pois, na maioria dos Estados do mundo, as respostas do serviço nacional de saúde foram decisivas para tratar as pessoas que, infelizmente, contraíram a doença. Depois, os estados estão a preparar planos para melhora a economia que, parada, foi muito afetada.

    Esta discussão coloca-se entre os que, de um lado, defendem uma intervenção do estado na economia apenas como regulador da atividade económica, isto significa que o Estado apenas cria os quadros legais de funcionamento da Economia  e, no outro lado, no extremo oposto, onde estão aqueles que defendem que o Estado deve deter empresas estratégicas, de forma a poder controlar de tal forma a Economia que fica na sua mão desenvolvê-la.

    Estes extremos existem: refira-se o caso de liberalismo nos Estados Unidos da América, onde, a primeira vez que se pôs a hipótese de um sistema público de saúde foi na administração Obama, concretizando e tirando os mais pobres do sistema de seguros de saúde. Isto sucede porque, para prevenirem situações de dificuldade, as pessoas contratam seguros de saúde, pois os hospitais são privados e só tratam se as pessoas pagarem os serviços, normalmente caros e impossíveis de pagar por famílias da classe média, ainda que com poupanças acumuladas.

    Do outro lado, temos os Estados normalmente ligados a partidos comunistas, que não vivem em democracia política e controlam por isso todos os serviços do Estado e também as grandes empresas. Dessa forma, conseguiam controlar toda a sociedade, mantendo intactos os seus regimes. É o caso da Rússia, que controla as necessidades da população e, dessa forma, produz apenas aqueles bens que são necessários para satisfazer a população. Assim, estes estados limitam a liberdade de escolha económica, a liberdade de pensamento político, porque, havendo eleições em que só um partido as consegue ganhar,  controlam, em suma, a sociedade para se perpetuarem no poder. É fácil concluir que este tipo de sociedade não é desejável nem aceitável em contrapartida àquilo que as sociedades ocidentais nos proporcionam.

    Onde é que nós vivemos?

    As sociedades ocidentais tipo europeu baseiam-se na social-democracia, na qual o Estado e os privados convivem em termos salutares, proporcionado liberdade de escolha aos cidadãos, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista económico.

    Como chegamos aqui?

    Tudo começou em 1776, com a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações (esta obra está disponível na biblioteca da nossa escola), onde o autor descreve o funcionamento de uma sociedade de cariz liberal e assim fundou a escola de economia moderna. As suas teses foram estudadas e aplicadas durantes muitos anos, muitos pensadores económicos desenvolveram as suas teses.

    Jean Baptiste Say  cria, a partir das teses de Smith, a sua lei dos mercados, defendendo que "Toda a oferta gera a sua procura", aplicável com o advento da revolução industrial e o aumento muito significativo da capacidade de produção: as empresas começam a produzir cada vez mais. Ora bem: todos sabemos que a produção das empresas têm ser vendidas para gerarem lucros e, dessa forma, poderem continuar a produzir mais. Para isso acontecer, tem de haver consumidores com capacidade de consumo para comprarem esses produtos. Ora, isso não aconteceu e as empresas foram acumulando stocks (produtos não vendidos) e uma grande parte delas foi à falência, gerando uma das maiores crise mundiais: "A crise dos anos 30".

    Nesta altura, surge outro economista com resposta à grande crise:  Keynes. Primeiro, pôs em questão a lei de Say defendendo que toda a procura gerava a sua oferta. Defendia também a intervenção do Estado na economia, fazendo obras públicas para que assim a procura aumentasse. Keynes pensa que muitas pessoas e empresas a trabalharem  nas obras do Estado ganham capacidade de consumo e, assim, vão às lojas fazer compras. Faz-se crescer o comércio, que, ao pagar os salários, gera ainda mais capacidade de consumo. Esta ideia ficou conhecida como a "Cadeia de redespesa Keynessiana" e foi assim que se saiu da crise.

    E hoje? As empresas não têm ainda mais capacidade de produção?

    Sim, têm e por isso existe o Marketing, que tem como objetivo criar a ideia de que aquele produto é uma necessidade para as pessoas. É por isso que existe o consumismo e muitas pessoas estão sobreendividadas.

    Este texto tem como objetivo mostrar que nem sempre quem governa toma as melhores opções e pode até gerar crises mais ou menos prolongadas, que prejudicam as pessoas mais vulneráveis, que, dessa forma, perdem o emprego e o sustento da sua família. Pretendo também alertar-te para um poder enorme que tens nas tuas mãos: é a tua liberdade de escolha. Esta deves exercê-la com conhecimento e é por isso que podes frequentar várias disciplinas para poderes ter um conhecimento amplo da sociedade e agires da forma mais correta hoje sem comprometeres o teu dia de amanhã.

    Pensa pela tua cabeça, com conhecimento!







segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Pobreza na Encruzilhada da Pandemia

    

   


     Se, em janeiro do ano passado, me dissessem que hoje ia escrever sobre este tema, ninguém acreditaria.

    Contudo, Bill Gates alertou que isso podia acontecer em virtude da forma com se estava a desenvolver o mundo; devido ao modo como nos estávamos a desenvolver, este podia ser um dos resultados que íamos pagar mais cedo os mais tarde.

    A pandemia não escolheu ninguém: ricos, pobres, bem sucedidos ou pessoas menos realizadas, o problema maior é que a pandemia também não escolheu países, desenvolvidos, em desenvolvimento ou menos desenvolvidos.

  A questão que se coloca é que a nível internacional a globalização integrou toda a economia e sociedades mundialmente, o que nos obriga a todos que uma etapa importante como a imunidade de grupo ( 70% da população imunizada) seja uma tarefa complexa e morosa.

    Nos países desenvolvidos, a que Portugal pertence, não só as pessoas mais vulneráveis e com empregos precários vieram cair na pobreza, mas também pessoas com vidas bem organizadas, cujo ritmo de vida normal seria trabalhar para depois gozar um boa reforma, podendo disfrutar de viagens e uma boa qualidade de vida. Algumas delas também caíram na pobreza.

    Esta situação é resultado do confinamento (encerramento das atividades económicas), que nos trouxe para casa, de forma que a redução de contatos nos permitisse reduzir o número de casos de Covid.

    A questão pertinente que se coloca é se é possível salvar a economia em pandemia. A resposta é claramente não, e assim ultrapassar a pandemia é o único meio de se conseguir regressar a uma vida normal.

    No mundo inteiro, a Covid já provocou o seguinte retrato a nível mundial: segundo a revista Sábado de 7 de outubro de 2020, " o número de pessoas em situação de pobreza extrema no mundo vai aumentar em 150 milhões em 2021 devido à pandemia de covid-19, segundo previsões do Banco Mundial", correspondendo ao primeiro aumento em mais de vinte anos.

    A situação de pobreza extrema engloba todas as pessoas que, por dia, vivem com menos 1,16 € ,correspondendo a 9.1 % a 9.4 % da população mundial.

    A forma correta de encararmos isto é pensar que, quanto mais tempo demorar a pandemia, mais tempo leva a recuperar a economia. 

    Para finalizar, os números de hoje  (são seres humanos cada um deles) a nível mundial:

Confirmados
111 434 139
+264 191
Mortes
2 467 481
+5 219
Recuperados
62 896 30+191 062

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

 



                                                     SABEDORIA POPULAR

    Preenche os espaços em branco com a palavra correta:

    1. No poupar é que está o ___________________.

    2. Grão a grão enche a ________________ o papo.

    3. Galinha gorda por pouco _____________ não há no poleiro.

    4. _____________ é dinheiro.

    5. O __________________ não cai das árvores.

    6. ______________ suado é dinheiro abençoado.

    7. Enquanto há dinheiro, há ___________.

    8. Em casa sem ____________ todos ralham e ninguém tem ___________.

    9. Amigos, amigos, ___________________à parte.

    10. Se queres perder um _______, empresta-lhe ____________. 

    11.O _____________ voa.

    12. Quem compra o que não pode, _______ o que não quer.

    13. Vão-se os _____, ficam  os dedos.

    14. Quem não tem dinheiro, não tem __________.

    15. O ______________ sai caro.

    16. Não pôr os ______________ todos no mesmo cesto.


    Daqui a uns dias, publicaremos as soluções. Até lá, diverte-te.

         Descobre, nesta sopa de letras, palavras relacionadas com o dia a dia em termos do uso do dinheiro.

    Daqui a uns dias, publicaremos a solução. Até lá, diverte-te!

AS PREVISÕES EM ECONOMIA

     A dificuldade de fazer previsões em Economia      Já todos nós nos apercebemos da dificuldade de fazer previsões em Economia. Os meteor...