Nos dias que correm, esta discussão ganhou uma atualidade maior, pois, na maioria dos Estados do mundo, as respostas do serviço nacional de saúde foram decisivas para tratar as pessoas que, infelizmente, contraíram a doença. Depois, os estados estão a preparar planos para melhora a economia que, parada, foi muito afetada.
Esta discussão coloca-se entre os que, de um lado, defendem uma intervenção do estado na economia apenas como regulador da atividade económica, isto significa que o Estado apenas cria os quadros legais de funcionamento da Economia e, no outro lado, no extremo oposto, onde estão aqueles que defendem que o Estado deve deter empresas estratégicas, de forma a poder controlar de tal forma a Economia que fica na sua mão desenvolvê-la.
Estes extremos existem: refira-se o caso de liberalismo nos Estados Unidos da América, onde, a primeira vez que se pôs a hipótese de um sistema público de saúde foi na administração Obama, concretizando e tirando os mais pobres do sistema de seguros de saúde. Isto sucede porque, para prevenirem situações de dificuldade, as pessoas contratam seguros de saúde, pois os hospitais são privados e só tratam se as pessoas pagarem os serviços, normalmente caros e impossíveis de pagar por famílias da classe média, ainda que com poupanças acumuladas.
Do outro lado, temos os Estados normalmente ligados a partidos comunistas, que não vivem em democracia política e controlam por isso todos os serviços do Estado e também as grandes empresas. Dessa forma, conseguiam controlar toda a sociedade, mantendo intactos os seus regimes. É o caso da Rússia, que controla as necessidades da população e, dessa forma, produz apenas aqueles bens que são necessários para satisfazer a população. Assim, estes estados limitam a liberdade de escolha económica, a liberdade de pensamento político, porque, havendo eleições em que só um partido as consegue ganhar, controlam, em suma, a sociedade para se perpetuarem no poder. É fácil concluir que este tipo de sociedade não é desejável nem aceitável em contrapartida àquilo que as sociedades ocidentais nos proporcionam.
Onde é que nós vivemos?
As sociedades ocidentais tipo europeu baseiam-se na social-democracia, na qual o Estado e os privados convivem em termos salutares, proporcionado liberdade de escolha aos cidadãos, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista económico.
Como chegamos aqui?
Tudo começou em 1776, com a publicação da obra de Adam Smith, A Riqueza das Nações (esta obra está disponível na biblioteca da nossa escola), onde o autor descreve o funcionamento de uma sociedade de cariz liberal e assim fundou a escola de economia moderna. As suas teses foram estudadas e aplicadas durantes muitos anos, muitos pensadores económicos desenvolveram as suas teses.
Jean Baptiste Say cria, a partir das teses de Smith, a sua lei dos mercados, defendendo que "Toda a oferta gera a sua procura", aplicável com o advento da revolução industrial e o aumento muito significativo da capacidade de produção: as empresas começam a produzir cada vez mais. Ora bem: todos sabemos que a produção das empresas têm ser vendidas para gerarem lucros e, dessa forma, poderem continuar a produzir mais. Para isso acontecer, tem de haver consumidores com capacidade de consumo para comprarem esses produtos. Ora, isso não aconteceu e as empresas foram acumulando stocks (produtos não vendidos) e uma grande parte delas foi à falência, gerando uma das maiores crise mundiais: "A crise dos anos 30".
Nesta altura, surge outro economista com resposta à grande crise: Keynes. Primeiro, pôs em questão a lei de Say defendendo que toda a procura gerava a sua oferta. Defendia também a intervenção do Estado na economia, fazendo obras públicas para que assim a procura aumentasse. Keynes pensa que muitas pessoas e empresas a trabalharem nas obras do Estado ganham capacidade de consumo e, assim, vão às lojas fazer compras. Faz-se crescer o comércio, que, ao pagar os salários, gera ainda mais capacidade de consumo. Esta ideia ficou conhecida como a "Cadeia de redespesa Keynessiana" e foi assim que se saiu da crise.
E hoje? As empresas não têm ainda mais capacidade de produção?
Sim, têm e por isso existe o Marketing, que tem como objetivo criar a ideia de que aquele produto é uma necessidade para as pessoas. É por isso que existe o consumismo e muitas pessoas estão sobreendividadas.
Este texto tem como objetivo mostrar que nem sempre quem governa toma as melhores opções e pode até gerar crises mais ou menos prolongadas, que prejudicam as pessoas mais vulneráveis, que, dessa forma, perdem o emprego e o sustento da sua família. Pretendo também alertar-te para um poder enorme que tens nas tuas mãos: é a tua liberdade de escolha. Esta deves exercê-la com conhecimento e é por isso que podes frequentar várias disciplinas para poderes ter um conhecimento amplo da sociedade e agires da forma mais correta hoje sem comprometeres o teu dia de amanhã.
Pensa pela tua cabeça, com conhecimento!